Camisa do Cruzeiro é no

Camisa do Cruzeiro é no
Modelos 2009 e anos anteriores

"Claro que volto!! Claro que fico!! Com a alegria e a emoção de estar outra vez na nossa segunda casa!"

Sorín

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Carta do ídolo


Resolvi postar esta carta não só pelos arrepios que ela provoca ao ser lida, mas principalmente para ilustrar mais uma vez toda a devoção do Argentino ao manto celeste.



"Há quatro meses conquistamos a Copa Sul Minas. Há quatro meses fui embora do Cruzeiro. O texto abaixo escrevi para mim, porém, senti a necessidade de compartilhá-lo com vocês. Simplesmente para que saibam a importância que tudo isso tem na minha vida. Simplesmente para seguirmos juntos, apesar da distancia. Hoje, estréio em meu novo time. São muitas as expectativas e as vontades de sempre, mas esperando um dia retornar a minha segunda casa.

15:58 hs – Banderas en tu corazón (Bandeiras no teu coração).

Setenta e cinco mil caras esperando ver o Cruzeiro campeão. Saímos rodeados de mascotes e crianças, que nos acompanham sempre com um sorriso. Pegamos forte e corremos para o gramado. Uma olhada rápida, mãos para o alto e as primeiras emoções. Não é comum e é até anormal muitas camisas argentinas, celestes e brancas, no Brasil todas sentimentalmente distinguíveis. Chegam as placas de homenagem. Primeiro, do presidente. Depois, da Máfia Azul e logo uma camisa inesquecível com o meia dúzia nas costas, assinada por todos os funcionários do clube. A melhor homenagem, da cozinheira ao roupeiro, os encarregados da limpeza, até meus colegas, médicos, técnicos... Vale ouro! Vale mais suor, ainda! Sorteio a moeda da Fifa. Deu branco e ganhei. No segundo tempo, atacaremos junto ao grosso da nossa torcida. Antes de começar toca o hino brasileiro. Todos cantam e eu não. Procuro minha companheira e concentro-me em silêncio. Observo a torcida e na arquibancada há uma bandeira argentina. Que orgulho! Não posso acreditar. Onde estão meus amigos do bairro para contar-lhes? Jogam balões para os céus com meu rosto estampado numa bandeira vertical. É minha despedida, a parte da final. Contenho as lágrimas, soa o apito.


16h20 - Sarando as feridas


Meu Deus! Um choque forte, toco a sobrancelha. Sangue. Puta que pariu! De novo? Quarto corte na cabeça em dois anos e meio. Queria jogar e o juiz reserva "canarinho" disse-me que não! Quase pede minha substituição e disse-me que há muito sangue. Peço-lhe por favor. Hoje, não me deixes de fora, irmão! Ele não entende bem, mas me permite entrar e lá vou eu como um "papai smurf". Serão seis pontos no intervalo, 0 a 0, com uma bola na trave e um susto forte.

17h40 - Oh meu pai, eu sou Cruzeiro meu pai...


Tira a camisa! Tira a camisa! Parece uma bola perdida, mas sei que o Ruy vai ganhá-la. O "cabeção," meu amigo e parceiro de quarto, vai tocá-la por um lado e buscá-la pelo outro (fez uma gaúcha, berra o locutor). Entra na área e só rola para trás. Não sei o que faço aí, a não ser confiar nele. Não sei o que faço senão ir além do sonho da despedida e não há tempo para pensar. Com três dedos e meio esquisitos de prima, com a sempre canhota bendita e a rede se mexe, é o mundo que explode, vem o delírio, a festa... Não pode ser real. As cabecinhas que pulam descontroladas, a camisa voando na mão e um grito eterno, inesquecível, uma dança especial.

17h55 - Ah, eu tô maluco!


Bicampeão!Faltam segundos e não existe sensação comparável como a de ser campeão. Nos olhamos cúmplices com o Cris e rimos da conquista depois do esforço. Somos irmãos, somos um punhado azul de raça inquebrantável, enquanto o pessoal na arquibancada baila, grita, goza e por fim estoura com o final. Escuta-se um estrondo inconfundível. Um abraço, dois, um milhão, a correria perdida, louca, entre pulos, festejos com cada companheiro, Toninho, Valdir, Tita e Bolinha, todos malucos. De repente um cara me leva nas costas e damos a volta olímpica. Não quero que isso termine e penso se pudesse parar o tempo nesse instante, mas não posso. E aí, vou dando-me conta que também é o final para mim, que estou indo embora do meu time, da minha cidade, da minha gente. Então, vem a enorme emoção e comemoro como sempre, desenfreado, sem limites, como se fosse a última vez. Comemoro e cumprimento cada canto do maravilhoso Mineirão. Despeço-me e quero abraçar a todos. Quero que dêem a volta conosco, quero dizer-lhes que eles não sabem como necessitamos de todos aqui dentro. Vejo as faixas e ainda não acredito. Vejo os rostos de alegria e até hoje nada sai da minha mente. Depois de tudo, a surpresa com a presença de minha mãe exatamente no Dia das Mães e é impossível não chorar. Finalmente, recebo a Copa tão desejada. É bonito ser capitão. É grandioso ser capitão do Cruzeiro e ser campeão. Levantamos a taça, desfrutamos e saímos a oferecer aos milhares que estavam por todas as partes até o cansaço. Imagino Minas. Imagino Belo Horizonte. Tudo se acaba e não podia ser tão perfeito. Será que sonhei?Nem um sonho seria tão incrível. Estou partindo e pensando se algum outro dia serei tão feliz!"

Juan Pablo Sorin

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quero Sorín como ídolo e não como jogador

Amanhã o SBT irá exibir um filme que recomendo a quem gosta de uma película de qualidade: Sobre meninos e lobos.

Isto me veio à lembrança ao ouvir esta discussão sobre o possível retorno do Sorín.

O que são ídolos? Não são, necessariamente, craques. Sorín não é craque. Sorín é um jogador que marcou época no Cruzeiro pela sua garra, sua determinação, sua vontade, seu espírito guerreiro. Com o passar do tempo o corpo envelhece, mas o espírito permanece, a mente fica mais experiente. O Sorín era um jogador que se destacava pela versatilidade, pela velocidade e pelo jeito “peladeiro” de ser: era ala/lateral esquerdo sem nunca ter sido. Era jogador que gostava de liberdade: a liberdade de estar em qualquer lugar do campo, a liberdade para atacar, a liberdade para fugir aos padrões pré-definidos do que pode e do que não pode para um ala, a liberdade aos esquemas táticos que lhe limitavam o espaço.

Sim, ele pode voltar. Mas nem toda história tem um final feliz. Cruzeiro e Sorín se completam.

Se vier não esperem dele os mesmos feitos de outrora. Está mais velho, o corpo já não responde como a alguns anos atrás, falta-lhe velocidade. O corpo de hoje apresenta cicatrizes que não haviam ontem. Talvez até a alma tenha algumas.

Sorín foi mais que um jogador que brigava pelo manto azul, que chorava nas derrotas e cantava nas vitórias. Ele era o próprio torcedor em campo. Um ser humano que põe o coração na camisa, seja ela qual for. Ele é, simplesmente um ídolo. Alguém que já está na história do clube e é merecedor de todo o respeito e glória. Como tantos outros esquecidos em velhos filmes amarelados pelo tempo.

Ídolo de todos nós. Meu e seu. De muitos. Faz bem o Cruzeiro em o acolher neste momento. Belo gesto da diretoria, denota respeito por um ex-colaborador. E também reconhece o que este ídolo fez.

Sorín o ídolo. O guerreiro azul.

Se voltar Sorín, não sei se a nação azul vai ter com você a paciência que tem com outros que estão de passagem, simples jogadores a vestir momentaneamente o manto azul. Empregados do time. Burocratas. Não sei se esta imensa torcida irá aplaudir as suas investidas rumo ao ataque. Ela hoje não se contenta com espetáculo, 2003 se lhe deu de presente uma tríplice coroa, deu-lhe, também o dom de cobrar mais e mais, a querer mais e mais, a não se contentar com o futebol bonito: hoje ele quer pão, circo e resultados.

E na busca destes resultados ídolos são de barro. Se quebram com facilidade. Ricardinho que foi ovacionado um dia como o Mosquitinho Azul, o jogador símbolo da raça cruzeirense na volta saiu pela porta dos fundos, a saída destinada não aos ídolos mas aos que fogem.
Prefiro sonhar com UM NOVO Sorín e ele pode estar ali, no campo, no banco, esperando um lugar ao sol.

Volta, Sorín!

Sem dúvidas não há um único cruzeirense que não se lembre com calor no peito, da raça, da dedicação e do carinho que Sorín sempre demonstrou pelo Time.

Há quem diga que caso ele volte, será vaiado, que mesmo tendo um trabalho de recuperação muito bem feito, ele não conseguirá realizar grandes atuações, que sua época de glória com a camisa estrelada passou...

Ora, uma vez ídolo, sempre ídolo!

Claro que é importante considerarmos o elenco, o esquema tático e diversas outras variáveis que são cruciais para a atuação de um jogador, e essas variáveis hoje são muito diferentes das variáveis das outras passagens do Argentino pelos gramados mineiros. Pode ser um fator negativo, principalmente com o AB no comando? Sim, pode ser, mas pode também não ser.

A volta de Sorín pode ser uma grande motivação ao time e principalmente à torcida, que em grande parte anda desanimada em assistir aos jogos pela simples vontade de não querer se irritar com as "invenções" do AB; eu por exemplo compartilho de tal sentimento.

Futebol foi feito para distrair as pessoas, para alegrar o nosso cotidiano, não para nos causar mais aborrecimentos.... A torcida precisa de alguém à quem admirar, de alguém em que a China Azul sinta prazer em gritar o nome, em cruzar os braços, em fazer as "dancinhas" desajeitadas.


Foi divulgado que será uma passagem apenas para tratamento, mas isso não nos impede de criar esperanças e sonhar com um jogador que sem dúvidas pode colaborar e muito para a construção de um futuro ainda melhor para o nosso querido Cruzeiro.

Quem não se lembra?




É por isso que pedimos:

Volta, Sorín!